domingo, 19 de junho de 2011

Poemas - Aborto e Férias de Mim

Aborto

Enfim o dia amanheceu
E com ele meus medos do escuro puderam se esconder
Enfim o dia amanheceu
E com ele minha vida vazia e sem sentido é exposta, descarnada e refletida (tragédia)
Quisera o dia não amanhecer
Seria ele somente o passar dos minutos e segundos?
Quisera o dia não amanhecer
Ficaria eu aqui sozinha
Ouvindo passos e sussuros do que é e do que nunca foi
Sobreviveria eu ao escuro?
Seria eu capaz de estúpido aborto?
Impedir o sol de nascer ...
Talvez seria. Sim, seria sim.
Eu no escuro ao menos sou alguém.
Um espirito encarnado espiritualizado
Ouvindo sussuros em latim.
Os hormônios me mandam sair da cama
Mas a lembrança do medo ainda me amedronta
Ainda bem que é dia.
Estalos e sussurros já não dizem nada.
Emudeceram.
É minha vez agora ...
De assombrar o dia.




Férias de mim

Férias de mim
Minha alma antiga
Expansiva
Que já não cabe nem pertence mais em mim
Endorfina
Anestesia meu corpo
Minha alma
Assim o verdadeiro eu pode vagar
Como espirito luminoso e obscuro que é
Paradoxo
Que procura outras almas antigas
que nem o Tempo as lembra
Alma que torce pelo não despertar do corpo
Seria o eu dois seres???
Eu sou uma no corpo.
Eu sou uma na alma.
Diferença.
Polissemia
A involução do acordar.

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